Interlagos
fervia de gente apaixonada pela velocidade. Chegava no portão 2 ainda de
madrugada, para pegar um bom lugar em cima do muro ao final do retão, no ainda
antigo traçado do autódromo.
Ao
ouvir o roncar dos motores nos boxes, coração quase pulava fora do peito,
arrepiava ao ver todos eles, passando ali na minha frente.
Torcida apaixonada
por nomes como: José Carlos Pace, Emerson Fittipaldi, Carlos Reutemann, Clay
Regazzoni, Jody Schecketer, Jacques Lafit, Jackie Stewart, Gram Hill, e tantos outros pilotando aquelas máquinas
fantásticas como: Lótus, Ferrari, Ligier, Brabham, Tyrrel, Maclarem cada uma
suas cores. Corridas inesquecíveis fizeram uma geração toda se apaixonar pela
Formula 1.


Nova
safra, com nomes como Jacques Villeneuve, Niki Lauda, Nelson Piquet, Nigel
Mansell, ajudaram a transformar as manhãs dos brasileiros que, como eu,
tínhamos o calendário da temporada toda
na cabeça.
Mais
alguns anos, e uma nova safra, tão ou mais fantásticos ainda com nomes como:
Ayrton Senna, Allan Prost, Jules Villueneve, Damil Hill. Disputas fantásticas,
corridas memoráveis.
Era
emocionante ver as batalhas por milésimos de segundo, o trabalho nos boxes, a
comemoração para uma boa volta completada, a torcida por um problema no motor
do competidor á frente, ou de cambio, nos freios. E volta mais rápida em cima
de volta mais rápida, até que o oponente alcançava o piloto da frente na pista.
Agora a luta pela ultrapassagem, o da frente fecha a porta, nova aproximação,
nova tentativa, agora vai, agora vai.
Às
vezes dava, às vezes não dava, não importava. O que importava mesmo era a
emoção pela ultrapassagem, a batalha, a competição, o trabalho, a torcida.
Ao
final da corrida, como homens, se cumprimentavam.
Ontem,
ao final da corrida, vencida com ordens de deixar ultrapassar vinda dos boxes, eu
disse a meu filho: Esta não é a Formula 1 que o teu pai se apaixonou um dia,
esta não é a Formula 1 que vi nascer, crescer e tornar-se uma paixão dos
brasileiros.
Senti
uma tristeza imensa, pois os nossos jovens,
talvez não tenham nunca mais a oportunidade que tivemos, de um dia, ver, assistir e torcer
por aqueles homens velozes pilotando suas máquinas fantásticas, brigando lado a
lado, disputando freadas, curvas, retas.
A
fórmula 1 nunca mais será a mesma.
Que
pena !
S.Pires
Blumenau-SC
S.Pires
Blumenau-SC
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